Paraiso Local

Paraíso Local é estátua viva que não se quer (des)mobilizada. Carregando um balde com gesso molhado, andando e me “engessando” durante a caminhada tangencio aos poucos o perigo de perda de uma humanidade.

Como a ideia de habitar um “lugar específico e determinado”, seja ele um corpo, uma identidade ou um lugar de pertença, pode vir carregada de sua própria aniquilação de poder ser, em sua multiplicidade, espaço de criação para novas construções?

Evidencio ao longo do processo de me tornar essa materialidade endurecida a perda de meus traços e minha possiblidade de respiro e troca com o ambiente sendo diminuída. Com a porosidade de minha pele sendo alterada e massificada me mortifico diante do outro, ao mesmo tempo que esse outro toma distancia de mim. Sinto a fealdade do corpo feminino sendo exposta e rejeitada, a procura do “outro” ao que antes era familiar e reflexo da semelhança.

Ficha Técnica

Concepção e Performance: Marcela Cavallini

Filmagem: Patrick Gonçalves