Este projeto abordou a desertificação da paisagem da cidade de Linhares-ES, por meio de uma intervenção/interação sinestésica, sob os signos das artes plásticas e da dança, a ser realizado e concebido em curso pelos participantes, jovens de 17 a 29 anos, moradores do município.

As sensações advindas do contato com estas artes, a feitura e aprendizagem da estamparia junto à técnica corporal está atrelada à composição da dança/performance, inspirarão ao público alvo que obtém novas descobertas, anseios culturais e conhecimentos das possibilidades de explorar os aspectos do patrimônio imaterial de sua região, mesmo de sua habitação.

Ao se conhecer um pouco mais o aluno pode explorar sua sensibilidade até mesmo na escolha das cores a serem utilizadas em seu trabalho. Como exemplo de técnica na estamparia, temos o Tie dye, que se dá a partir de várias amarrações, normalmente feitas em roupas de algodão que são tingidas posteriormente, formando pelas amarrações.

A produção da estamparia e os movimentos da dança vêm a se transparecer em todos os órgãos dos sentidos, sendo isso impresso no contato com a textura do tecido e no contato com a tinta. Também o olhar em relação a sua produção, pode fazer o participante da oficina observar o tecido, de forma a investigar as possibilidades de explorar a estamparia, tal como fazer analogias desta com a dança, já que a própria leveza do tecido pode lhe remeter os movimentos do corpo, então à ação performática a qual citamos.

O ritmo, o gestual e a musicalidade corporal da pessoa na sua criação são inerentes a esses saberes supracitados, pois em ambos, a dinâmica do fazer é eminente, tanto nos aspectos físicos como nos psicológicos. Assim, supomos que inseridos nesta ambiência do semi- árido, o feitor dessas artes citadas possa, por vezes, imprimir, por meio dos materiais empregados em suas produções, nas estampas, o que está a sua volta, então na arte de dançar. Em suma, acreditamos que essa pesquisa corpórea-plástica nos dará subsídios para a criação da atividade interventiva.

Munidos desses instrumentos, no segundo momento, criamos em conjunto situações interventivas pela cidade. A proposta foi fazer um manejo de ocupação dos espaços públicos: praças, ruas, pontos de ônibus, escolas, etc e instalá-lo por um determinado período num local.

Concepção, Oficinas e Performances

Fuviane Galdino e Marcela Cavallini